CAPÍTULO PUBLICADO
LIVRO: ENFERMAGEM NA PRÁTICA E NA CIÊNCIA (CAPÍTULO 03)
OPEN ACCESS PEER-REVIEWED CHAPTER
ANÁLISE DOS FATORES QUE INTERFEREM NA BAIXA COBERTURA DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NA ATENÇÃO BÁSICA
ANALYSIS OF FACTORS THAT INTERFERE WITH LOW COVERAGE OF CERVICAL CANCER SCREENING IN PRIMARY CARE
ⓒ 2022 Editora Science / Brazil Science Publisher
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DOS FATORES QUE INTERFEREM NA BAIXA COBERTURA DO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NA ATENÇÃO BÁSICA
ANALYSIS OF FACTORS THAT INTERFERE WITH LOW COVERAGE OF CERVICAL CANCER SCREENING IN PRIMARY CARE
DOI: https://doi.org/10.56001/22.9786500444650.03
Submetido em: 22/04/2022
Revisado em: 21/05/2022
Publicado em: 15/05/2022
Anny Karoliny Barros de Araújo Pitanga
Universidade Paulista, Garanhuns-PE
http://lattes.cnpq.br/1530370534626421
Auristenia Kesia Ferreira Leitão
Universidade Paulista, Garanhuns-PE
http://lattes.cnpq.br/2627071706887078
Milena Tenório Pires
Universidade Paulista, Garanhuns-PE
http://lattes.cnpq.br/7557710261593839
Juliana Ferreira de Souza
Universidade Paulista, Garanhuns-PE
http://lattes.cnpq.br/5282395009514052
Gleide Mariana Veloso de Oliveira
Universidade Paulista, Garanhuns-PE
http://lattes.cnpq.br/5212993575984111
Januzilla Amaral
Enfermeira, Especialista em Gestão em Enfermagem, Docente da Universidade Paulista, Garanhuns- PE
http://lattes.cnpq.br/4203163300676283
Resumo
O Câncer de Colo de Útero (CCU) é considerado um problema de saúde pública e se configura como uma replicação das células de forma desordenada, podendo invadir estruturas e órgãos. Com isso, pode-se ter o desenvolvimento da neoplasia, apresentando-se em graus de intensidade variáveis. Analisar os fatores que interferem na baixa cobertura do rastreio do câncer de colo de útero na atenção básica. Trata-se de uma pesquisa do tipo Revisão Integrativa. A busca foi realizada nas bases de dados Online: SCIELO e BVS. Utilizando de descritores conforme vocabulário DeCS, associando o operador booleano “AND”: Câncer de colo de útero, Atenção Básica, Rastreamento, Cobertura. Considerou-se como critérios de inclusão: Periódicos disponíveis na íntegra publicados nos últimos cinco anos. Critérios de exclusão: Duplicidade nas bases de dados. A relação do conhecimento relatado neste trabalho se deu pela inclusão e análise de 09 artigos, que foi evidenciado que a baixa cobertura para o rastreamento do CCU se dá por causas multifatoriais: medo, vergonha, desinformação, grau de escolaridade, não possuir companheiro, mulheres com idade superior a 50 anos, histórico de uso de álcool e outras drogas e difícil acesso a unidade básica. A partir desses achados é notória a necessidade da criação de estratégias que aproximem mais essas mulheres da atenção básica e que as mesmas realizem o exame ao menos uma vez ao ano, logo, cabe à equipe atrair essa população, estimulando o cuidado compartilhado e havendo a necessidade de um trabalho contínuo e humanitário.
Palavras-chave: Câncer de colo de útero. Atenção Básica. Rastreamento. Cobertura.
Abstract
Cervical Cancer is considered a public health problem and is configured as a disordered replication of cells, which can invade structures and organs. With this, one can have the development of the neoplasm, presenting itself in varying degrees of intensity. To analyze the factors that interfere in the low coverage of cervical cancer screening in primary care. This is an integrative review type research. The search was carried out in the Online databases: SCIELO and VHL. Using descriptors according to DeCS vocabulary, associating the Boolean operator “AND”: Cervical Cancer, Primary Care, Tracking, Coverage. The following inclusion criteria were considered: Journals available in full published in the last five years. Exclusion criteria: Duplicity in the databases. The relationship of knowledge reported in this work was based on the inclusion and analysis of 09 articles, which showed that the low coverage for screening is due to multiple factors: fear, shame, misinformation, level of education, not having a partner, women over age 50 years old, history of alcohol and other drug use and difficult access to a basic unit. Based on these findings, the need to create strategies that bring these women closer to primary care is evident and that they undergo the exam at least once a year, so it is up to the team to attract this population, stimulating shared care and having the need for continuous and humanitarian work.
Keywords: Cervical cancer. Basic Attention. Tracking. Roof.
Introdução
O Câncer de Colo de Útero (CCU) é considerado um problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento, devido a sua maior incidência ocorrer em classes economicamente desfavorecidas. Atualmente, é considerado o terceiro segundo mais frequente entre a população feminina, o que o torna prioridade a prevenção e controle do mesmo, através da política de atenção a saúde da mulher (LOPES; RIBEIRO, 2019).
No Brasil o CCU ocupa a terceira posição entre as neoplasias malignas que afetam mulheres, ficando atrás somente do câncer de mama e câncer colorretal, a estimativa de novos casos para os anos consecutivos de 2018-2019 são de 16.370mil (BRASIL, 2018). Já a mortalidade segundo o Instituto Nacional do Câncer ( INCA) aumenta progressivamente após os 40 anos de idade com grande diferença entre as regiões brasileiras.
O grande número de casos pode estar associado ao fato dessa patologia ter desenvolvimento silencioso e de lenta progressão. A maior ocorrência de mulheres com câncer de colo de útero está entre a faixa etária de 30 a 39 anos. O início precoce da vida sexual pode ser classificado como uma das causas para o desenvolvimento desse câncer, além da quantidade de parceiros (AOYAMA et al., 2019).
O CCU se configura como uma replicação das células do colo uterino de forma altamente desordenada, podendo invadir estruturas e órgãos próximos ou mais distantes. Com isso, pode-se ter o desenvolvimento da neoplasia, apresentando-se em graus de intensidade variáveis, desde lesões benignas até carcinomas invasores (AZEVEDO; DALLORTO, 2021).
O principal fator de risco para o surgimento dessa doença é o contato com o Papilomavírus Humano (HPV), que infecta pele, sendo transmitido através das relações sexuais, mas também existirão outros fatores ambientais e genéticos que irão favorecer o aparecimento do câncer (SILVA et al., 2020).
O papilomavírus humano (HPV), membro da família papovavirida, é uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) mais frequentes no mundo, composto por cerca de 100 tipos de vírus, sendo classificados de baixo grau os tipos não oncogênicos e de alto grau os tipos oncogênicos (ALMEIDA et al., 2021).
Em 2014, o Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), iniciou a campanha para vacinação de meninas entre 11 e 13 anos, contra o vírus do HPV (INCA, 2020). A vacina contribuirá para a prevenção do câncer de colo do útero e apesar do programa de rastreamento deste tipo de câncer ter sido implantado em todo o país, ainda existem muitos desafios para se reduzir a incidência e mortalidade pela doença.
O método preconizado para rastreamento é através da coleta de citologia oncótica, que possibilita prevenção e tratamento precoce quando a doença é identificada. Assim, o reconhecimento de fatores que podem facilitar o desenvolvimento do câncer é importante, pois permite orientar e conscientizar a população, bem como a realização do exame, que fornece dados para as decisões clínicas e terapêuticas (SILVA et al., 2018).
O exame citopatológico foi implantado no Brasil em 1940, e é o único meio recomendado para rastreamento, sendo de baixo custo, com facilidade para realização na atenção básica, podendo detectar alterações e, com isso, realizar o tratamento adequado (SANTOS, 2018).
Dessa maneira, a Atenção Básica (AB) tem conferido foco e destaque como um lugar privilegiado ao incluir na sua prática a articulação entre a prevenção e a promoção da saúde, por meio da expansão e qualificação dos serviços prestados, gerando um cenário favorável e preventivo (AZEVEDO et al., 2021).
Assim sendo, é importante que os profissionais da atenção básica identifiquem os fatores que acarretam a diminuição da procura para realização do exame, para, então, realizar ações para mudar tal realidade. Com isso, é de fundamental importância analisar tais fatores, de modo a contribuir para uma assistência adequada (IGLESIAS et al., 2019).
Para isso, meios de rastreamento são considerados fundamentais para que se tenha um controle e rastreamento eficaz, são nesse sentido que o exame é ofertado às mulheres com idade entre 25 e 64 anos que já tiveram atividade sexual, respeitando as demais recomendações para rastreio (GASPARIN et al., 2020).
A priorização desta faixa etária justifica-se por ser a de maior ocorrência das lesões de alto grau, passíveis de serem tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer, mas é importante destacar que a priorização de uma faixa etária não significa a impossibilidade da oferta do exame para as mulheres mais jovens ou mais velhas (BRASIL, 2013).
Diante do exposto, o presente estudo objetiva analisar os fatores que interferem na baixa cobertura do rastreio do câncer de colo de útero na atenção básica.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa do tipo Revisão de Literatura, que consiste em uma metodologia que proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos, na qual orientam a tomada de decisão na prática clínica. Sendo assim, permite agrupar e resumir resultados de pesquisas sobre o tema delimitado, de forma sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento, além de poder incluir estudos experimentais e não experimentais (SOUSA; SILVA; CARVALHO, 2010).
A pergunta elaborada como questão norteadora dessa revisão, foi: “Quais os fatores que dificultam a baixa cobertura no rastreio do câncer de colo de útero na atenção básica?”.
Para realizar a seleção dos estudos, foram utilizados os sistemas de bases de dados importantes no contexto da saúde, e por meio do acesso online, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Utilizando de descritores conforme vocabulário DeCS (Descritores em Ciências da Saúde): Câncer de colo de útero, Atenção Básica, Rastreamento, Cobertura.
Com base nisso, houve a criação das seguintes estratégias de busca utilizando o operador booleano “AND”: I. “Câncer de colo de útero AND Rastreamento”; II. “Atenção básica AND Cobertura”; III. “Câncer de colo de útero AND Cobertura”.
Os critérios de inclusão determinantes para a seleção dos artigos foram: periódicos disponíveis na íntegra e gratuita no idioma português e espanhol, com recorte temporal dos últimos 05 anos (2018 a 2022), leitura do título, leitura do resumo, leitura do artigo de forma completa, além de manuais e políticas do Ministério da Saúde (MS). Quanto aos critérios de exclusão foram: artigos duplicados, triplicados e/ou em ambas as bases de dados, aqueles que não contemplaram em sua integralidade a questão norteadora.
Na busca por meio dos descritores mencionados, foram localizados 62 artigos. Sendo, 34 do Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e 28 da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As informações detalhadas foram apresentadas no fluxograma abaixo.
Figura 1: Fluxograma de trabalho para seleção dos artigos.
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2022.
Resultados e Discussão
Os resultados obtidos com a análise dos estudos evidenciaram que 34% das pesquisas são do tipo estudo transversal, 22% do tipo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa-quantitativa, 22% revisão integrativa e 22% estudo de campo. A relação do conhecimento relatado neste trabalho se deu pela inclusão e análise de 09 artigos que abordavam o tema de forma ampla.
Com o propósito de obter uma seleção concisa para análise integral, foram aplicados os critérios de seleção, verificação dos trabalhos duplicados, triplicados e/ou presentes em mais de uma base de dados. Baseado no quadro sinóptico dos estudos analisados obteve-se o detalhamento dos estudos por ano de publicação, título, autores e objetivo do estudo.
ANO | TÍTULO | AUTORES | OBJETIVO |
2022 | Fatores referentes à baixa adesão ao exame citopatológico do colo do útero em uma cidade do noroeste paulista. | SALLES, F. D. M; et al. | Compreender os aspectos que englobam a não adesão ao exame citopatológico do colo do útero em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de uma cidade do noroeste paulista. |
2021 | Identificação dos fatores que interferem na baixa cobertura do rastreio do câncer de colo uterino através das representações sociais de usuárias dos serviços públicos. | GARCIA, M; et al. | Identificar os fatores que interferem na baixa cobertura do rastreio do câncer de colo uterino através das representações sociais de usuárias dos serviços públicos, dando enfoque aos principais motivos da não realização do exame citopatológico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Colatina- ES. |
2021 | Fatores que interferem na não adesão de mulheres ao teste de Papanicolau: revisão integrativa. | GOMES. D. S; et al. | Identificar os fatores que interferem na não adesão de mulheres ao Teste de Papanicolau. |
2021 | Rastreio e associações ao câncer cervical. | MELADO, A. S. S. G; et al. | Traçar o perfil clínico-epidemiológico das usuárias do serviço de atenção integral à saúde da mulher da policlínica da Universidade Vila Velha (UVV), a partir dos determinantes da consulta ginecológica, e correlacionar aos achados citológicos e histológicos. |
2021 | Fatores individuais e contextuais associados ao rastreamento do câncer de mama e colo do útero. | TIENSOLI, S. D; et al. | Analisar a associação dos fatores individuais e contextuais com o rastreamento do câncer de mama e colo do útero no Brasil. |
2020 | Monitoramento das ações de controle do câncer cervicouterino e fatores associados. | ANJOS, E. F; et al. | analisar fatores associados ao monitoramento das ações para controle do câncer cervicouterino na Estratégia Saúde da Família, em região de saúde do Nordeste brasileiro. |
2019 | Ações de gestão em saúde na prevenção do câncer de colo uterino: revisão bibliográfica. | SCHMIDT, M. K. W. | Descrever quais são as ações de gestão em saúde na atenção primária que têm contribuído para o aumento da cobertura do exame citopatológico no Brasil. |
2018 | O Câncer do Colo do Útero: Um Rastreamento nos sistemas de informações. | JUNIOR, J. B; et al. | Avaliar os indicadores relacionados ao exame citopatológico do câncer do colo do útero no Município de Icó Ceara, no período de 2011 a 2014. |
2018 | Não realização de citopatológico de colo uterino entre gestantes no extremo sul do Brasil: prevalência e fatores associados. | TERLAN, R. J; CESAR, J. A. | Medir a prevalência e identificar fatores associados a não realização de exame citopatológico de colo uterino entre gestantes que fizeram pelo menos uma consulta de pré-natal, que possuíam 25 anos ou mais de idade e que tiveram filho no município de Rio Grande, RS, ao longo do ano de 2013. |
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2022.
As políticas de prevenção do câncer de colo uterino, nas quais o rastreio está incluído e sustentado como ação crucial no contexto do enfrentamento dessas doenças no país ainda é considerado um grande desafio, pois necessita de uma implementação de um rastreamento organizado e estratégico (TIENSOLI, 2021).
De acordo com Garcia (2021), em sua análise de discurso, a baixa cobertura para o rastreamento do CCU se dá por três fatores: medo da dor durante a coleta e/ou de um resultado indesejável, vergonha em ter que mostrar o corpo para uma pessoa desconhecida e a desinformação acerca da importância da realização do exame.
Os profissionais atuantes diretamente com esse público devem procurar formas de minimizar e tranquilizar a mulher quanto à procura e oferta desse exame, buscando deixar a mesma em uma situação confortável, esclarecendo as dúvidas que forem surgidas e sempre que necessário reforçar a esse público que o exame citopatológico é de extrema relevância, pois além de rastrear o câncer de colo de útero ainda pode identificar infecções que são tratadas.
No estudo de Gomes (2021), ele reforça que os principais motivos para a não realização do exame corroborando numa baixa cobertura, referem-se aos aspectos de baixa escolaridade, não possuir companheiro, mulheres com idade superior a 50 anos, histórico de uso de tabaco, álcool e outras drogas, difícil acesso a unidade básica de saúde, acreditar estar bem de saúde, comportamento negativo de saúde, sofrer violência física ou sexualmente pelo companheiro, falta de conhecimento sobre o exame, nunca ter ido ou ir pouco a consulta de enfermagem/médica/ginecológica.
Visto que é necessário ampliar a cobertura para atingir objetivos que são determinados pelo ministério da saúde através do previne Brasil, é fundamental ter conhecimento acerca dos motivos que estão prejudicando essa baixa adesão ao exame, cabendo à equipe atuante da atenção básica buscar fortalecer o vínculo com as usuárias e propor espaços nos quais estas mulheres se sintam acolhidas e confiantes.
Segundo SCHMIDT (2019), programas de rastreio da população-alvo são de atribuição da atenção primária, e quando realizado tratamento precoce das lesões precursoras podem reduzir em até 80% a mortalidade pelo câncer de colo uterino. Para tanto, a cobertura mínima deve atingir 80% da população vulnerável e seguir os protocolos preconizados de realização do exame citopatológico, o que torna um desafio para a equipe que deve estar sempre realizando uma busca ativa desse público.
Contudo, Anjos et al (2020), relata em seu estudo que altas coberturas registradas na atenção básica e a oferta regular de rastreamento do CCU não são suficientes para a adesão das mulheres aos programas de prevenção, em decorrência das representações culturais, da baixa condição socioeconômica e tabus que continuam sendo expostos.
O mesmo autor afirma ainda, que as formas de divulgação da marcação de exame citopatológico, esclarecimentos sobre a realização do procedimento, apresentação do material que é utilizado e profissionais que formam vínculos com as mulheres são um conjunto de fatores determinantes para uma boa adesão ao rastreamento.
Corroborando com os estudos acima, SALLES (2022), em seu estudo de campo, deixa evidente que existe falta de humanização e autocuidado para as mulheres, na qual a maioria dos profissionais se atentam somente a parte técnica/prática do exame, o autor descreve a ideia da necessidade de ampliação de campanhas que objetivam aumentar a adesão ao exame, bem como criar canais de comunicação e espaços para que elas tirem suas dúvidas e exponham seus medos e angústias. Para isso, é necessário que os profissionais de saúde utilizem estratégias que facilitem a compreensão e a comunicação mais assertiva desmistificando os preconceitos acerca do exame exposto.
Considerações Finais
Diante do que foi mencionado, o câncer de colo uterino é considerado um agravante problema de saúde pública e para um diagnóstico precoce é necessário à realização do exame Papanicolau/preventivo, como é conhecido pela maioria das usuárias. O CCU quando é diagnosticado em sua fase inicial as chances de cura é em quase 100%, por isso é necessário o rastreamento e realização do exame em periodicidades estabelecidas, essa é uma estratégia adotada pelo ministério da saúde ofertado para todas as mulheres que fazem parte desse grupo prioritário.
Dessa forma, de acordo com os estudos que constituíram essa revisão, alguns fatores existirão para uma baixa cobertura na realização de citologia oncótica na atenção básica, como: o grau de escolaridade, déficit de conhecimento sobre a importância do exame, medo, vergonha, realização de uma busca ativa dos profissionais, acolhimento, difícil acesso a unidade e mulheres com idade superior a 50 anos.
A partir desses achados é notória a necessidade da criação de estratégias que aproximem mais essas mulheres da atenção básica e que as mesmas realizem o exame ao menos uma vez ao ano. Logo, cabe à equipe atuante atrair essa população para a unidade, estimulando o cuidado compartilhado para melhoraria da saúde da mulher e havendo a necessidade de um trabalho contínuo e humanitário.
Referências
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